Post Top Ad

Tem um diploma no fim do túnel

As vezes eu não consigo entender como icebergs tão grandes e fortes conseguem ser atingidos por outros fatores da natureza ao ponto de virarem meros nada. Lembranças históricas, estudadas por profissionais e marcadas nas etiquetas que em tal ponto, só servem para ressaltar como as coisas estão acontecendo do jeito errado.

A culpa não é da grande rocha congelada, longe de ser, mas no final, é ela a única que vai sentir os impactos reais de tantas mudanças. É assim que eu tenho me sentido durante todo esse semestre. No sétimo período do curso de Jornalismo, em uma das faculdades mineiras mais fortes na área, eu sou um iceberg. 

O TCC deveria ser mais fácil. Eu sonhava com ele. Desde o primeiro período observando possíveis assuntos que poderiam ilustrar aquelas tantas páginas do meu artigo científico. Me aproximava dos professores, ponderava interiormente com o meu lado juíza de valores, qual deles poderia ser o meu grande auxiliador durante aqueles meses de desenvolvimento. 

O tema é mais do que pessoal. Está dentro meu dia a dia, completa as minhas ações e marca uma Bárbara “militante” que poucas pessoas pareciam conhecer. Com ele, eu esperava alcançar mais do que a banca, mas também, o mundo. Ser referência para outros artigos, auxiliar em projetos, ou simplesmente, abrir a mente de outras pessoas. 

Mas hoje, faltando nove dias para a defesa da minha banca, sinto o gelo escorrer pelo meu corpo de forma que cada vez fica mais claro: estou reduzindo, acabando. E talvez o sonhos de caloura não sejam possíveis, ou são? A insegurança anda ao meu lado tanto quanto as famosas e odiadas normas ABNT, então sei que o meu discurso em relação a este projeto, muda a cada segundo. Não sei o que está acontecendo. 

Mais a frente está plagium.com.br que pela vigésima vez analisa a possibilidade de plágio, corretores ortográficos, François, Vivians, Gabrielas, Guilhermes… tudo o que eu posso usar para tentar diminuir um pouco mais o meu derretimento, eu uso. Funciona? Eu não sei. 

Nove dias. Nove dias. Nove dias. Na parede de um presídio seriam nove riscos, na prisão da minha mente eu sei que riscarei um a cada dia que passar, porque a esperança é que, ao final destes, o sol já não bata tão forte, as camadas da minha pele parem de descer e eu consiga permanecer. Permanecer assim como comecei, um iceberg. 

Afinal, tem um diploma no fim do túnel. E uma longa vida pelo resto da estrada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Post Top Ad