Esquadrão Suicida, vale a pena?

 
  Com a explosão de todo o universo dos quadrinhos tanto da Marvel quanto da DC, temos cada vez mais filmes e série de heróis e vilões e os fãs agradecem. A expectativa é quase sempre muito alta em relação a tais adaptações, afinal, muitas pessoas esperaram anos para poder ver uma produção de qualidade do seu herói favorito. Não poderia ser diferente com Esquadrão Suicida, toda a fama que o filme vem adquirindo desde o lançamento dos seus trailers o fez ser uma das histórias mas esperadas do ano. Mas será que toda a expectativa e espera valeram a pena?

Data de lançamento: 4 de agosto de 2016
Duração: 2h 10min
Direção: David Ayer
Elenco: Will Smith, Jared Leto, Margot Robbie, Cara Delavigne..
Gêneros: Ação, Fantasia
Nacionalidade: Eua

  A premissa do filme é muito boa e a história tem seu ponto de partida justamente onde Batman Vs Superman termina. Amanda Waller (Viola Davis) temendo a força de novos seres super humanos como o Superman, resolve apresentar um plano de defesa que se baseia em: formar um esquadrão com os mais perigosos vilões, para executar missões para o governo.

  O plano tem os seus riscos, mas também tem suas vantagens e para formar o esquadrão foram escolhidos os seguintes membros: Pistoleiro (Will Smith), Arlequina (Margot Robbie), Bumerangue (Jai Courtney), Diablo (Jay Hernandez), Crocodilo (Adewale Akinnuoye-Agbaje) e Magia (Cara Delevingne), que se juntam a duas peças das forças do governo, Rick Flag (Joel Kinnaman) e Katana (Karen Fukuhara). Toda trama gira em torno da entidade inumana Magia (ou Enchantress) e seu plano de dominação mundial.

  Até agora nada surpreendente certo? Pois bem, não se anime muito, o filme é bom e isso não podemos negar, mas infelizmente não passa disso. As primeiras cenas são bem explicativas e apresentam os personagens que vão fazer parte do esquadrão. Algo bem interessante afinal, nem todos conhecem os vilões e como este foi o primeiro filme da franquia, era de se esperar algum tipo de introdução ao mundo apresentado

  A partir de então o esquadrão é formado e a ação "come solta". Não podemos deixar de citar que as cenas de ação são bem dinâmicas, golpes, tiros, tudo que uma boa cena pode oferecer. Porém a obra começa a pecar no momento em que 90% de toda a ação fica nas mãos do Pistoleiro e da Arlequina. E por mais que eles acabem naturalmente roubando a cena, o filme deveria funcionar como um conjunto de super vilões e não só como uma dupla. Personagens com habilidades incríveis não foram nem um pouco explorados e isso tirou um grande potencial do longa.

  Depois de ler várias críticas profissionais feitas ao filme, algo que muito me chamou atenção foi o foco na atuação da Cara Delavingne, que interpreta a personagem Magia (Enchantress). Apesar de não ter sido profundamente explorada foi uma das personagens que mais gostei. Todos os efeitos aplicados a sua transformação e a sua magia, foram muito bem feitos e me conquistaram. Outra personagem que sem sombra de dúvidas foi o destaque do filme é a tão aclamada Arlequina (Harley Quinn). Margot Robie não decepcionou em nenhum momento, com uma atuação brilhante a atriz entrou interpretou com maestria uma vilã insana, louca e que dá toda profundidade a história.

  Já o duvidoso Coringa (Joker) interpretado por Jared Leto não teve o impacto necessário para ser o ponto surpresa do filme, não que ela tenha sido um Coringa ruim, mas em suma não foi o melhor. O que parece é que ele foi introduzido no filme para atrair público devido a sua popularidade. Will Smith mesmo sendo um grande ator não conseguiu me passar em nenhum momento a sensação de vilão, mesmo com todo o texto e cenas que foram feitas o Pistoleiro, não dava pra ver maldade nele. Para um esquadrão de vilões eles foram bem heroicos e eu não falo apenas sobre desfecho do filme, mas sim das atitudes tomadas durante todo o desenrolar da história.

  O desenvolvimento da trama é rápido, bem leve e até um pouco divertido, nada que o espectador não esteja acostumado. É apenas mais um filme de heróis, ou melhor vilões. Os efeitos são muito bem aplicados, é um filme visualmente bonito, porém escuro. Isso mesmo escuro, em algumas cenas que se passam a noite a visão é quase minima e se limita ao brilho dos tiros da cena e da roupa da Arlequina, que volto a ressaltar teve um papel de extrema importância e contribuiu diretamente para a nota do filme. A trilha sonora é ótima, com vários clássicos e músicas que vão contagiar a sala do cinema.

  Outro ponto muito positivo do filme foi como os roteiristas deixaram bem claro que a relação da Arlequina com o Coringa não é um romance, isso mesmo, aos que pensam que eles são um par romântico, vá com calma. O relacionamento entre os dois é algo totalmente abusivo, como o Coringa trata-a, como ele diz que ela lhe pertence e como isso é bem explícito no filme. Foi uma crítica muito válida e muito boa devido a sociedade em que vivemos. A história que se desenvolve durante as 2 horas de filme é rasa e até mesmo subestima o espectador por ser altamente previsível.

  Mesmo com tantas críticas ruins, algumas até mesmo bem pesadas, Esquadrão Suicida é um filme bom, com alguns defeitos, mas ainda assim um filme que eu recomendo se você gosta de todo o universo construído pela DC. Não eleve muito as expectativas, você pode se decepcionar um pouco. Me surpreendi bastante com o quanto gostei do filme, afinal fui ao cinema sem esperar muito, já meio saturado de tantas histórias da Marvel e com um pé atrás depois de tantas decepções.

  Apesar de ter alguns pontos negativos é um filme bacana, com uma premissa legal que poderia ter sido melhor desenvolvida. Com personagens interessantes (e mais uma vez destaque para Margot Robie, vocês vão entender o quão brilhante foi a atuação dela, assim que assistirem o filme) e uma trama veloz e que vai te prender até o final. Infelizmente o filme não cumpriu com o que era esperado e leva apenas 3,5 estrelas.