Oi, oi pessoas!
Hoje eu vim trazer mais um post amigo pra vocês (depois de tanto tempo uhul), e dessa vez não é uma resenha e sim um conto - ORIGINAL -, o autor é o Gabriel Campos, e o conto é lindo.
Venham dar uma olhada!
Oh! Sim. Josy, mais uma vez estava sentada em sua velha cama, tão velha quanto sua idade. Era mais uma manhã que ela guardava para si, para poder recordar daquilo tudo que ela passou em seu passado, sentia tanta falta que essa dor saía em forma de lágrimas. Até que então, se lembrou do momento em que ela mais gostava de reviver em seu peito, quando ela conhecera John, seu único amor, foi um desencontro tão infantil naquela época, mas que marcou por toda sua vida.
-Oh! Meu Deus! Que droga, só o que faltava – dizia um rapaz loiro, com olhos efervescentes.
- Terá outra chance, John - disse seu amigo.
- Assim espero – tivera errado de novo a cesta de basquete. - Está vendo aquela nerd ao longe? Dizem que ela tem o dom de xingar as pessoas do nada, essa problemática. – criticava o garoto – Que tal irmos até lá colocar regras? Menininha de merda – Tom, seu amigo irônico, sempre gostava de ser orgulhoso diante das pessoas, fora as meninas que caiam em cima dele.
- Está bem.
- Vem – puxou-o pelo braço. Correram até a casa da garota, a menina que mostrava má impressão, estava xingando as crianças que ali estavam tirando as flores, rosas, do jardim da sua casa. - Quem é você para expulsar elas daqui? – começou Tom, insultando.
- Minha própria mãe disse que não pode estragar as coisas dos outros.
- Sua mãe não se passa de um indivíduo de terceira classe! E, dá licença que quero passar aqui. A mão da pobre garota estava começando tremer de maneira tensa, desde o início a doença já estava mostrando seus primeiros sintomas.
- Me desculpe. Não quis responder ou xingá-lo – resmungou, ingênua.
- Sua imbecil. Sabe o que eu vou fazer com esse seu jardim ?
- Pare, Tom!
- Cala sua boca. Quero mostrar quem manda aqui – fez um gesto com a mão. As lágrimas de Josy começaram a formar em seus humildes olhos.
- Por favor! Eu vou apanhar dos meus pais se acontecer algo com esse jardim. O rapaz começou pisotear, de maneira que deixou os pequenos brotos ser devastados pela irritação dele.
- Se vira! Suma daqui!
- Pensei que seria um pouco mais bondoso, Tom.
-Eu tento – abriu um sorriso com blasfêmia. “Lembro-me da primeira vez como John tinha me olhado, era um homem já naquela época de bom coração, só estava com más companhias.”
- Me desculpe – ela disse para John.
- Imagina. Você irá apanhar dos seus pais? Se for, saiba que não foi minha intenção te trazer problemas, é esse meu amigo que quer ser o rei da cocada. Me perdoe, está bem ? – sempre, gentil.
- Tudo bem. – concluiu com lágrimas escorrendo.
- Tente não chegar perto da gente, você terá consequências, não as minhas, mas as dele. – sua preocupação era, no entanto, tão doce para ela, que nenhum menino tinha chego e conversado daquela maneira com Josy.
- Obrigado. Afinal, qual é seu nome?
- John e o seu?
- Josy.
- Prazer, Josy.
- Prazer, John. – seu sorriso tinha mais vida naquele momento.
- Ah! Qual é cara? Vamos ou vai ficar falando com essa quatro olhos? - Josy ficou observando ao longe o belo rapaz indo em direção ao final da rua, ou era para explorar mais garotas ou pegar e fazer maldades.
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A doce melodia de um novo dia, trouxe-me de volta quando a enfermeira me chamou.
- Chegou mais flores para a senhora, Josy.
- Obrigada. É daquela mesma pessoa de sempre?
- Isso mesmo.
Era mais um vaso de rosas dos de sempre, John presenteava-a todos os finais de semana, amava dar como presente isso.
- Jessy, poderia me dar mais uma dose de medicamento? Estou fraca e preciso colocar ainda hoje essas pequenas criaturas no lugar onde devem estar – ela se referia as rosas.
- Claro. A doença mal de Alzheimer estava consumindo toda sua memória, não sabia nem quem era mais que trazia essas rosas e quando falava em John, ela pensava em que não era seu marido, já tinha falecido faz tempo.
- O dia está quente, senhora – dizia a enfermeira.
- Eu percebi mesmo. - Josy estava cuidando do jardim do hospital, ela gostava tanto de cultivar, que virou uma terapia para si mesma.
“Tinha cinquenta e cinco anos quando bateram o carro, foi aí que a doença foi agravando, sua memória foi se dissipando, acordava nas noites, nervosa por estar acontecendo aquilo com ela, mas sempre soube que John estava ao seu redor para ajudá-la e apoiar em todas as dificuldades. Chegou num ponto que só o hospital era sua salvação, os tratamentos estavam constantes e a única figura que se lembrava era do nome “John”, não reconhecia mais seu porte físico, apenas o nome que cabia em sua mente.”
- Vou deixá-la aqui um pouco só aqui. Não esqueça de tomar os medicamentos.
- Disso, eu não esqueço – brincou, Josy. Fitou as roseiras crescendo, estavam ficando viscosas com o final da passagem do inverno. Sentia saudades da sua adolescência, de quando era apenas uma garota e John, um garotinho extrovertido. Seu marido quando ia visitá-la, ficava olhando para o rosto de Josy, vendo sua pele enrugada por conta dos anos que se passou. Sabia que era doído ver sua esposa nessa situação, sem poder passar o amor que tanto sentia por ela, mas o que realmente deixava-o um pouco mais confortado, era escrever para ela em formas de poesias, querendo deixar sua mente um pouco mais leve e saltitante, tentando e querendo ver ela bem, mesmo sendo quase impossível.
Deitei-me no orvalho contigo
Sonhamos os sonhos mais bem sentidos
Carreguei sua dor em mim
Mesmo sabendo que você não estava comigo.
Cada olhar que trocávamos
Era como se o mundo tivesse se unindo
Com você sendo uma parte e eu a outra
Soube um tempo depois, que ninguém poderia nos separar
Cabe em mim agora, apenas lembranças
Recordações, emoções, sensações ..
Que todo amor verdadeiro sente
Abro os olhos novamente, vejo o céu estrelado
Com um cinza no céu
Um frio tão gelado {...}
Lindo não é?!
Eu estou apaixonada!
Obrigada Gabriel por esse conto incrível!
Oi Baaaaaaaaaaaaaaaabs!
ResponderExcluirSou fã desta sua ideia de trazer novas pessoas para o blog, pois é uma maneira deles expandirem seus "dons" como no caso do Gabriel.
Adorei o conto dele. Lembrou muito "Diário de uma Paixão" mas com um toque próprio.
O poema do final fechou o conto com chave de ouro, principalmente a primeira estrofe.
Maravilhosa.
Parabéns a ambos o/
Beijos,
Marcela.
ocantinholiterario.blogspot.com
Ficou ótimo mesmo viu amiga..adorei, ele está de parabéns..
ResponderExcluirbjs
ateliedoslivros.blogspot.com.br
Que máximo você trazer textos diferentes para o blog. O Gabriel escreve super bem, gostei bastante. Apesar de gostar muito das suas resenhas, pode continuar fazendo posts assim, é bem legal pra ler! Beijos, Érika *-*
ResponderExcluirUm conto tão curto, mas tão carregado de emoção... amei isso. Um amor tão grande que consegue ser sentido, ainda que a memória falhe mediante uma doença;
ResponderExcluirO Gabriel está de parabéns. E você também, Bárbara, por dar essa abertura no blog :)
Beijinho,
May.
Livreando